Monthly Archives: August 2013

5º dia e tudo começou a melhorar…

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Operei na Semana Santa. O 5º dia caiu bem na sexta-feira santa. Foi o dia em que eu disse um “Olá, vida!” rsrs. Finalmente as coisas começaram a melhorar de verdade.

Depois de perambular a noite toda por conta da fome e da prisão de ventre, acordei e fui lavar o cabelo no banho. É…não tinha lavado ainda :p Gente, meu cabelo tava super comprido, a enfermeira tinha dito pra evitar tal esforço, enfim :p O banho foi sentada numa cadeira e nesse momento achei que ia ficar careca! Caiu muuuito cabelo! Ainda bem que foi só esse dia, não caiu mais depois. Era só embaraço mesmo e não reação da anestesia.

Só de lavar os “hair” já deu uma revigorada. Bom, sexta-feira santa é dia de quê? Bacalhau!!! Pois é, rolou uma bacalhoada aqui em casa, um dos meus pratos prediletos (o que não é muito difícil rsrs)!

Não ia ficar na sopa. Já estava liberada para os pastosos, amassei a batata, desfiei o bacalhau e comi, repeti, mas atenção: tudo isso SEM MASTIGAR! NÃO PODE!!! DE JEITO NENHUM! Mastigação só quando o buco liberar. É a alimentação restrita que deixa a gente fraca. Depois desse dia, que eu comecei a comer melhor, tudo melhorou. A tontura passou, conseguia ficar mais tempo em pé, consegui usar o computador sem me sentir mal… cuida da sua alimentação, tá? Se puder comprar uns suplementos (Nutren, Nutridrink…), faça um esforcinho pra não ficar tão fraco, emagrecer demais…

Rir. Rir é tão básico, não é? Por uns tempos, não vai dar. Assim que eu saí da cirurgia, já senti que não podia rir, gargalhar, nada disso… repuxa tudo. O nariz dói muito! No sábado, fui inventar de ver um vídeo engraçado no youtube, pra quê…olha, a sensação é de que o nariz vai rasgar. Depois fica doendo por um bom tempo. Evite comédias, ver coisas engraçadas, aqui em casa, evitavam de me contar coisas engraçadas pra eu não rir, porque eu sou do riso frouxo mesmo. Depois você vai ter muito tempo e muitos motivos pra sorrir, prometo! 🙂

Ah, sábado tirei o curativo! Tava bem nojento. Tinha sopa, sangue blarghh!

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3º e 4º dias!

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Acordei bem e mais inchada, aliás, foi o dia em que fiquei mais inchada de todos. Cabeça pesada, abertura de boca de 2 dedos, a maratona continuava: remédios, gelo…nenhuma dor. A dipirona me fazia ânsia! Nossa, intragável! Visitas =) Vizinhos, vovó, tios… Uma amiga da minha mãe veio me visitar com um saco cheio de pão! Pense na vontade! Computador, apesar de não ter sido proibida de usar, até fui estimulada (Alan falou “Vc não está doente!”), não aguentava ficar muito tempo, a cabeça pesava muito. Não aguentava ficar muito tempo em pé tb, ficava tonta. Passei a maior parte do dia deitada.

O dia passou rápido e a fome continuava rsrs. Acordei pra comer no meio da noite e cansa ficar naquela coisa de come, escova o dente, come e escova o dente…

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Não posso deixar de mencionar aqui e agradecer tudo o que a minha família fez por mim. Não tem preço. Cada um contribuiu da maneira que pôde para a realização do meu sonho. Nada do que eu fizer ou disser vai ser suficiente pra agradecer, porque, o que passamos, não foi brincadeira, não! rsrs

Já acordava preocupada com o que eu ia comer, já que nada me saciava. No 4º dia, pela manhã, no desespero, escondida, comi um biscoito de polvilho, sem sucesso, é claro! kkk Foi o trabalho de pôr na boca e jogar fora… tomei sopa, depois mais sopa, suco e v’ambora! rsrs A partir desse dia, cada vez que eu ficava com fome, meu estômago doía. Eram os antibióticos me maltratando. Minha urina, por causa deles, ficou com uma coloração esverdeada. Não tome os antibióticos de barriga vazia. Maltrata o estômago. Não conseguia beber água direito, porque eu não acertava a boca, me molhava toda, perdia a paciência e desistia. Tente beber bastante água, não faça o que eu fiz rsrs. Babar era rotina. Aliás, era minha arma secreta rsrsrs. Queria sacanear alguém, toma-lhe baba! kkkkkkkkkk Tinha pra dar e vender!

Agora vou contar porque pressa não combina com esse pós-operatório.

Nesse dia, estava bem mais desinchada, tinha começado as compressas mornas. À noite, hora do papá, minha mãe inventou de bater a sopa que eu ia comer. Pra quê… tomei à força. Ficou muito ruim! Em seguida, tomei um suco de pêssego. Por cima, um mamão amassado. Que mistureba! Fui escovar os dentes com pressa, querendo acabar logo, fiquei tonta, super enjoada, minha boca ficou branca feito cera e eu já sentia que ia cair…minha tia me ajudou a deitar de novo e melhorei, mas o enjoo durou o resto da noite. Foi horrível. Não tentem fazer nada com pressa, comer com pressa, nada disso. Só faz mal.

Hora de dormir e o calvário começava. Como se não bastasse a fome, a prisão de ventre resolveu me visitar. Acordei de madrugada, comi qualquer coisa e voltei a dormir. Acordei de novo, dessa vez por causa da prisão de ventre também. Comi, escovei o dente, meu nariz sangrou um pouquinho, deitei na sala na esperança de dar vontade de ir ao banheiro, não deu e fui pra cama. Foi a pior noite de todas. Foi aí que me veio o primeiro sentimento de arrependimento, de pra quê eu fui inventar isso. Até quando eu ia sentir aquela fome toda? De longe, era o que mais me incomodava. Não é exagero, não…minha ortodontista falou que talvez tenha sido porque eu fiquei muito tempo no soro e dizem que quando a pessoa fica muito tempo no soro, sente muita fome depois. Se é verdade, não sei, mas é algo que explica essa fome sobrenatural.

No dia seguinte, tudo melhorou. Vocês vão saber porquê.

1º e 2º dia e alta!

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Fui pro quarto, estava tranquila, até então só cuspia muito sangue, o que era normal, o formigamento continuava a me perturbar e já tava animadinha porque não tinha vomitado. Do nada, comecei a sentir umas pontadas no meu estômago, uma coisa que subia, ia ao peito e descia. Respirava beeem fundo e passava, mas depois voltava e ficava nesse vai e volta. Foi uma hora tensa! rs Eu sou meio emetofóbica rsrs Morro de medo de vômito, de vomitar, de ver vômito… a enfermeira me deu uma dica super legal pra evitar o vômito, que é não comer coisas pesadas e sucos ácidos na última refeição sólida e beber só água duas horas antes do jejum. Comigo funcionou, porque mesmo passando esse aperto, graças a Deus,  não vomitei. Mas foi preciso um bocado de força de vontade também. Cada vez que a coisa vinha, respirava bem fundo e tomei um remédio pra enjoo.

Meu rosto começou a pesar muito por causa do inchaço. O gelo era um pouquinho incômodo. Imagine ficar com uma coisa gelada bem em cima do peito, não é legal rsrs Ai, imagino quem opera no frio! Mas não tinha saída, porque ficar sem ele era ruim também. Meu rosto parecia que ia inchando igual àqueles balões de gás hélio kkk Demorei, mas consegui dormir relativamente bem, coisa que eu não acreditava que ia conseguir.

No dia seguinte, logo depois que eu acordei, os residentes passaram pra visita, dr. Raphaella me ensinou a escovar os dentes e autorizaram a retirada da sonda pra eu tomar banho. SONDA: o terror de muitos pacientes, inclusive era o meu. Gente, a sonda foi o menor dos males… muito melhor ficar com ela pra não ter que levantar. Encarar a comadre deve ser pior… não doeu pra tirar, só ardeu um pouquinho, totalmente suportável, superável, pronto, sem medo de sondas mais. Mais um medo vencido rsrs. Tomei banho (não pode ser muito quente pra não estimular sangramento) e deitei de novo. Dormi. Acordei novamente com a Raphaella chegando. Foi engraçado, acordei e não lembrava onde estava kk Fiquei um tempo processando…

Minha refeição foi liberada. Já era hora. Era terça-feira, (26/03) quase meio-dia e a última vez que eu comi tinha sido no domingo. Veio uma sopa quase fria com um gostinho de carne, enquanto pra minha mãe arroz, feijão, brócolis… essa hora doeu! kkkkkkkkk

Dr. Alan passou pra visita. Ele nem bem entrou e já falei “Tô ridíííícula!”. Ele: “Me admiraria se você falasse que está bonita desse jeito!” rsrsrs Me examinou, foi embora, recebi alta, mas tive que esperar um tempão por causa de leito, essas burocracias chatas que me fizeram sair do hospital duas e pouca da tarde.

Minha primeira aparição pública (Oh My God!)… Fui andando devagarinho, com uma fralda no rosto pra esconder o inchaço. Não pude levar o gelo do hospital, eles não deixaram. Mais uma dica, quem for buscá-lo(a), peça pra levar uma bolsa de gelo, porque ficar sem gelo é muito ruim. Uma moça de um quiosque foi muito boazinha e me deu uma pedra de gelo pra eu ir colocando até em casa.

Em casa, um gigante acordou dentro de mim: a fome!!! Tomei sorvete, suco de melancia, um caldo de carne batida com batata e tudo isso duas vezes cada, hein… e nada conseguia me saciar. Dormia bem, mas acordava, adivinha com que? Com fome! Chegava ao auge da fome e levantava pra comer. Tomava iogurte, geleia… (confesso que faltou um pouco de criatividade nas comidas do meu pós rsrs) e voltava pra cama. Levantei duas vezes nessa primeira noite. Acordei bem e bem mais inchada também.

Internação e o dia D! :)

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A internação e o grande dia

A internação foi bem confusa! Depois do exames todos prontos, fui às últimas consultas, uma na quarta-feira (20/03/13) e outra na sexta (22/03/13). Olhe, essa fase final foi bem cansativa…é um excelente teste pra você saber se quer mesmo operar, é uma prova de resistência! Na primeira consulta, fiquei das 11h às 18h nos hospital! Fiz 1 milhão de moldes rsrs, bati fotos e fiz, não sei explicar direito, mas tipo uma moldagem num negócio chamado articulador. É um treco grande e pesado que colocam no rosto, acho que é pra tirar as medidas da face. Você tem que ficar de pé, levantar e abaixar a cabeça várias vezes…confesso que aquilo me deu um pouco de pânico, porque ele é apoiado no ouvido e você fica meio surda. A minha vontade foi de gritar pro Caio (residente) “Quero tirar!” kkkk Mas mantive a calma e deu pra aguentar.

Na sexta, fiquei por lá, sem brincadeira, das 7 e meia da manhã às 8 da noite!!! Aproveitei pra tirar todas as dúvidas possíveis! Entrei na cirurgia sabendo de TUDO o que ia e podia acontecer! Faça isso! Evite surpresas pra depois não falar que não sabia…

Depois, tive a entrevista com a anestesista (coisa rápida, perguntas sobre peso, altura, alergia a medicamento, ela olhou o eletro, raio-x, etc.) e fui esperar a licença médica. Como minha internação foi feita na sexta, pra eu voltar domingo pra cirurgia no dia seguinte, teria que ter uma autorização, a licença. Só que, por causa de uma enfermeira cricri rsrs, só podia ser dada ás 7 da noite… e toma-lhe chá de cadeira… liguei pra Dr. Raphaella (residente) e tinha dado problema! Talvez teria que me internar na sexta mesmo! Com a roupa do corpo! Mas, (Deus e Nossa Srª mais uma vez) ela conseguiu com que eu fosse me internar no dia seguinte, senão corria o risco de perder o leito. Minha mãe já toda chorosa e eu em êxtase rsrs. Os planos haviam mudado, mas por mim tudo bem. Eu tava mais perto ainda do meu sonho. Quando a gente pegou o ônibus, nossa, eu senti uma paz tão grande…eu me lembro de ver os ônibus passaram assim e eu pensando “tá tudo bem, eu vou ficar bem!”…

Em casa, correria: mala, avisar todo mundo e etc. Ai, minha última refeição sólida!! kkk Nem ia poder escolher.. kkk

Chegou sábado e fui bem cedinho pro hospital, onde eu ia passar 4 dias! Sendo 2 deles à toa…comendo e bebendo às custas de Serginho Cabral…ok, ok, se eles quiseram assim, eu fui.

Já me esperavam e fui muito, mas muito bem recebida por uma enfermeira, a Regina. Ela veio com um sorriso tããão largo que aquilo tranquilizou muito eu e minha mãe 🙂

Entrei na enfermaria (fiquei na otorrino), tinham mais 3 pacientes e fiquei por um tempo me sentindo uma estranha no ninho… o que que eu ia fazer lá durantes 2 dias?? Me bateu uma aflição, um negócio, uma vontade de sair correndo… por mais que eu tivesse levado a casa rsrs, revista, caderno, celular, até exercícios :p, não era a mesma coisa. Fiquei desconfortável. Duas pacientes, Vânia e Luciana, não paravam de falar que lá os pacientes ficavam sozinhos, que se quisesse fugir, o paciente fugia, dando a entender que eu ia ficar abandonada depois de operada :/ E o medo que foi dando? Aff… muito animador! Muito receptivas! kkk

Logo fiz amizade com um garotinho de 3 anos muito do simpático chamado Gabriel. Ele tinha operado pra curar uma catarata rara, quando catarata já é raro em criança. Uma figurinha que me fez companhia no sábado e no domingo. Brincamos, desenhamos e até brigamos! kkkk Ele me consolou no primeiro dia, quando minha mãe foi embora e eu desatei a chorar… muito fofo!!! Nossa relação foi curta, porém intensa! kkkkk porque ele foi embora no domingo de manhã. Até chorei… gostei muito desse rapazinho 🙂

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Passou o sábado, veio um domingo meio chuvoso, Gabriel teve alta e fiquei deitada quase o dia todo… o Caio (residente) veio pra eu experimentar a moldeira, minha tia veio na hora da visita (eu tava até dormindo) e quando a noite foi caindo, a ansiedade veio com força. Não conseguia me concentrar em nada, fazer nada, nem rezar eu conseguia…não era medo, era só ansiedade.

Tomei banho e a enfermeira trouxe um calmante pra eu dormir. Eu não dei nada pelo remédio, ainda mais porque era só a metade. Fiquei vendo televisão e pensei “a hora que eu não quiser mais, desligo..” Quem disse que eu consegui?? Acordei só no dia seguinte, com a enfermeira me chamando às 6 da manhã! rs “Acorda, vai tomar seu banho pra você tomar outro remédio que daqui a pouco o maqueiro vem te buscar!” Eu pensei: “É HOJE!!!”. A ansiedade continuava.. me aprontei, tomei o remédio e sentei na cama pra esperar o maqueiro. Uns 15 min depois, entra o maqueiro chamando meu nome e eu já não era mais eu… rsrs Vânia me ajudou a colocar o roupão, me despedi de todos e fui pra uma sala de preparação/recuperação. Várias pessoas que iam operar no mesmo horário estavam lá. Logo veio um anestesista, se apresentou, pôs o soro em mim, eu, espertamente, verifiquei a bolsa de soro pra ver se não era vaselina kkkk e, a partir daí, eu ia e voltava…oscilava entre momentos de consciência e inconsciência…dormi, acordei com o anestesista fazendo uma touca, puxando o meu cabelo; dei uma resmungada e dormi de novo. Dr. Alan veio me dar um oi, acordei e dei o “oi” (a essa altura, você fica tão grogue que só é capaz de dar respostas simples e curtas), dormi de novo e acordei com alguém gritando “Rafaela, centro cirúrgico 18!” Era a hora! Entrei no CC, Drª Thaís (residente) tava ao tel; mandaram eu passar pra outra cama; Dr. João Gabriel (resid.) tava acima de mim, mandando eu subir mais na cama; Alan veio me dar um último oi; o anestesista colocou um monte de fios em mim, um treco no meu dedo, aí eu pensei “vou fazer logo o sinal da cruz antes que não dê mais tempo!” E fiz, me enroscando nos fios mesmo, o anestesista tentou me impedir, mas eu resmunguei “Nãããooo..” kkk Ele falou “ah, eu sou católico também…” E essa é a última coisa que me lembro.

Acordei como se fizesse não com a cabeça pra alguma coisa, mas antes, mesmo dormindo ainda, senti muito frio, de bater o queixo, aí me colocaram um cobertor térmico. Logo senti a mordida certinha, então percebi que já tinha acabado. Eu pensei “Mas jááá??” Pareceu que só passaram 5 min! Muito rápido! Cuspi muito sangue, tanto que vieram trocar meu curativo e continuei cuspindo mais depois… sentia também um formigamento chato nas pernas e nas mãos, nossa, muito irritante! Eu me mexia sem paraaar! Percebi que tava de sonda…Eu perguntei a hora a uma enfermeira e eram 14:35 min. Bom, não foram 5 min, né? rsrs Passou um tempo eu fui liberada pro quarto às 15:40 min, no fim da visita. Minha mãe nem pôde ficar muito tempo comigo…

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Olha eu aí, recém-saída do CC.

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Minhas irmãs, minhas babás! rsrs

Ao me olhar no espelho pela primeira vez, soltei uma gargalhada por causa do inchaço e dessa boca gigante! kkkkk

Já tinha parestesia dentro da boca (gengivas, céu da boca e uma parte pequena da língua), nas bochechas, queixo, lábios e até abaixo dos olhos. O nariz é que eu sentia todo.

Sonho realizado =)

Chorei de agradecimento por tudo ter dado certo. Eu nem acreditava que tudo tinha acabado! Finalmente EX=CLASSE 3!!!

Até o dia da cirurgia

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Eu tinha indicação cirúrgica desde os meus 8 anos de idade! Não acredita? Nem eu, nem minha mãe acreditávamos, mas essa indicação se confirmou aos 13 anos, quando iniciei o tratamento pré cirúrgico na Universidade Gama Filho. Aliás, tratamentos em universidades, particulares ou federais, são uma ótima alternativa, mais baratos e com profissionais de confiança.

Aos 17 anos, em 2010, fiquei pronta pra cirurgia. Em dezembro do mesmo ano, fui encaminhada ao HUPE – Hospital Universitário Pedro Ernesto – aqui no RJ (meu caso de amor rsrs). Foi lá onde a peleja começou. Logo no primeiro dia, arranquei os 4 sisos! Susto total, mas era necessário. A cirurgia foi marcada para 9 de julho, num sábado, sendo cancelada na quarta-feira, 6 de julho, porque um canino saiu da posição cirúrgica na colocação dos ganchos, os famosos esporões. Pois é, paciência…voltei à minha ortodontista pra reposicionar o “dente fujão” e só voltei ao hospital no ano seguinte – esse intervalo de tempo foi confuso, sabe? Queria tudo ao mesmo tempo: formatura, vestibular e acabou que a cirurgia ficou em segundo plano. Meses depois, soube que o hospital estava em greve. Como não bastasse a greve, caí nas mãos de um residente que não me dava à mínima… (sim, eles existem!) Até hoje eu não entendo a postura dessa criatura. Num hospital universitário, um ambiente de aprendizado, a gente sempre vê os residentes empolgados, sempre com boa vontade em atender os pacientes. Como pode existir um ser tão destoante dos seus colegas?! Enfim… diante da total desesperança alimentada pelo meu querido residente, resolvi voltar ao hospital só esse ano, determinada de que essa seria a última tentativa, de que se não desse certo, eu ia desistir. Liguei pro dito cujo e ele me passou pra outro residente, Dr. Alan Schmitt. Voltei lá com a cara e a coragem e com os pés no chão. Nada de fantasiar que eu ia ser chamada pra operar 15 dias depois. Tive que fazer tudo de novo, prontuário novo, como se fosse minha primeira vez ali. Chorei minhas pitangas e ele, atencioso como sempre, ouviu tudo, tirou dúvidas e mandou eu repetir um exame, cintilografia óssea, pra verificar a existência de hiperplasia condilar, que caso eu tivesse, poderia prejudicar o resultado da cirurgia depois. Fiz o exame, que graças ao bom Deus, pôde ser feito no hospital (em alguns lugares ele chega a custar 400 reais!) , levou quase um mês pra ficar pronto e levei o resultado pro Alan no dia 5 de março.

Esse dia foi histórico…

Primeiro porque eu fui sozinha, e não costumo ir sozinha lá, mas fui direto da faculdade, que de ônibus, fica a uns 5 mim do hospital. Travei uma briga com a minha mãe e fui. Com o coração na mão, de quem desobedece, mas fui. Entreguei o exame e esperei ele me chamar. Ele me chamou e falou:

– Tá tudo certinho com os seus exames e nós temos uma sala pro dia 25! – disse isso com a cara mais plácida do mundo.

E meus olhos arregalaram feito em desenho animado. E ele:

– Que foi? Assustou? Eu falei:

– Meu filho, eu vou assustar em qualquer data! kkkkk

Ele mandou eu voltar no dia seguinte pra conversar com o professor responsável pela cirurgia, Dr. Paulo e assim eu fiz. Só era necessário confirmar na agenda dele. Ele me deu os pedidos dos exames pré-cirúrgicos e agora era aguardar a confirmação. E a confirmação, hein?? Eu só pensava na confirmação. A cirurgia ainda não era minha sem essa confirmação…

Fiquei sofrendo até a semana seguinte, quando finalmente foi confirmada! =DDDDDDD

Eu já tinha um dia: 25 de março de 2013! Segunda-feira, primeiro horário, 8 da manhã.

Aí só foi esperar e rezar e agradecer à Deus e Nossa Senhora por terem me ouvido. Ah, e correr atrás dos exames também!